segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Programa de Trabalho da Semana da Dança de Salão do RJ

O presente Programa de Trabalho visa dar execução ao que dispõe a Lei Estadual 3440/2000, que criou no calendário oficial de eventos do Estado do RJ a SEMANA DA DANÇA DE SALÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (SDS-RJ).
EQUIPE DE TRABALHO
Lourdes Braga e Stelinha Cardoso- Spd/Rj
Jaime José e Myriam Martinez– Apds/Rj
Luís Florião e Leonor Costa – Andanças
Leni  Medeiros – Comissão de Cultura Alerj
COLABORAÇÃO:
Antonio Aragão
João Batista da Silva


HISTÓRICO DA DANÇA DE SALÃO NO RIO DE JANEIRO
Podemos afirmar que os cerimoniais da Corte Portuguesa (transferida para o Rio de Janeiro em 1808), com suas comemorações, homenagens, saraus, bailes, constituíram o embrião da intensa vida social da cidade do Rio de Janeiro, tornando-a o grande pólo cultural que é até os dias de hoje.
Dentro desse contexto, a dança de salão teve grande peso: em função dos saraus e bailes, instrumentos musicais eram importados; músicos contratados; magazines, alfaiatarias, barbearias surgiam para oferecer as últimas novidades a serem exibidas nos salões.  Professores de dança gozavam de grande prestígio, bem mais do que professores de línguas estrangeiras, segundo relato de escritores de época.  Aliás, já em julho de 1811 o jornal Gazeta do Rio de Janeiro publicava anúncio oferecendo ao público leitor aulas de dança de salão, antes mesmo que os primeiros espetáculos de ballet começassem a ser apresentados no Teatro Real. Na primeira metade do século 20, os eventos dançantes da cidade constituíam atividade cultural importante, que refletia nos demais estados da Federação. 
Com o surgimento do rock-and-roll e mais tarde das discotecas, a dança de par foi perdendo seu destaque na vida social do Rio de Janeiro, até que a explosão da lambada e, mais tarde, do forró, atraiu os jovens para a dança a dois novamente.  Isso, por sua vez, chamou a atenção da grande mídia, e programas de dança de salão começaram a aparecer nas emissoras de tv, aumentando o interesse do público.
Hoje, fora o lado social e lúdico da dança de salão, grandes congressos e campeonatos são realizados, com enorme presença de público.  Médicos recomendam a atividade nos tratamentos terapêuticos e no combate ao sedentarismo.  E entidades descobriram na dança de par uma opção para programas de inserção social de jovens de comunidades carentes, gerando várias oportunidades de emprego
RELEVÂNCIA DA SDS-RJ E SEUS OBJETIVOS
A Semana da Dança de Salão do RJ (SDS-RJ) dará maior visibilidade a esta arte, aumentando o interesse do público e chamando a atenção de integrantes das áreas médica, cultural e social para a importância e as potencialidades da dança de salão, tais como:
Importância Cultural
A dança de salão é uma das formas de dança mais antigas do Brasil. 
Oriunda de países europeus, ela aqui, notadamente no Rio de Janeiro, recebeu influência das várias culturas que compuseram nosso “cadinho cultural”, originando formas de dançar que hoje são admiradas internacionalmente, tornando numerosa a presença de professores de dança brasileiros no exterior.
A SDS-RJ contribuirá para a popularização, valorização e preservação deste nosso patrimônio imaterial da cultura.
Sociabilidade, inserção social e valorização da cidadania
A dança de salão é uma atividade lúdica, que estreita o convívio social e os laços familiares. 
Vários programas sociais, executados por ONG’s, entidades religiosas, associações - e até secretaria de Estados e Municípios, já incluem a dança de salão em suas atividades.
Por suas características de cooperação, cordialidade, dação entre os parceiros, ela desenvolve nas crianças e adolescentes maior sociabilidade, abrindo caminhos para sua inserção social e valorização da cidadania, contribuindo para uma vivência sem preconceitos. 
Quando dirigida à terceira idade, ela auxilia no combate à solidão e à depressão, estimula o idoso a manter contato social e a valorizar-se como cidadão.
A SDS-RJ incluirá ações sociais utilizando-se da dança de salão, para evidenciar sua potencialidade.
Saúde
A dança de salão é um segmento da dança que não impõe limitações quanto a idade, peso, motricidade, técnica.
Em conseqüência, a dança de salão é internacionalmente empregada como atividade complementar nos tratamentos de doenças físicas (cardíacas, diabetes, respiratórias, motoras, obesidade, dentre outras) e psicológicas (stress, depressão, alienação social, dentre outras).
Com base nos movimentos da dança de salão, programas são desenvolvidos para atender a portadores de necessidades especiais (visuais, motoras, mentais).
A dança de salão é utilizada como terapia auxiliar de modo geral, atuando no desenvolvimento de atributos das áreas cognitiva, psicomotora e afetiva.
Durante a SDS-RJ, atividades terapêuticas divulgarão  a dança de salão junto aos portadores de necessidades especiais (deficientes visuais e cadeirantes, por exemplo) junto ao público em geral e junto a entidades e agentes ligados à área da saúde.
Geração de emprego
As atividades que orbitam em torno da dança de salão contribuem para a geração de emprego de forma efetiva e pulverizada.
Dançarinos, músicos, DJs, fabricantes de roupas e calçados, técnicos de som, figurinistas, coreógrafos, cenógrafos, atendentes, garçons, cozinheiros e auxiliares são alguns exemplos da mão-de-obra empregada na realização de eventos dançantes.
Professores de dança, instrutores e equipe de apoio tiram seu sustento dessa atividade, estimando-se em aproximadamente 7.000 mil núcleos de dança existentes só no município do Rio de Janeiro, seja em academias estabelecidas, seja em associações, clubes e condomínios.
Hotéis, Congressos, Confraternizações de empresas e associações contratam professores e/ou dançarinos para entretenimento
Companhias de dança são formadas para realização de shows em teatros, cruzeiros e eventos diversos.
Congressos de dança de salão atraem cada vez mais público de outras cidades, fazendo uso dos serviços de hotelaria, transporte e alimentação.
A SDS-RJ estimulará a realização de bailes populares, mostras, festivais, oficinas de dança, dentre outras atividades, aumentando a visibilidade da dança de salão, estimulando seu crescimento e gerando mais empregos a médio e longo prazos.
Turismo
A dança de salão há muito desenvolveu mostras coreográficas, competições e shows, que movimentam a economia das regiões que sabem explorar essa potencialidade.
Na Europa, eventos de dança de salão são promovidos em quase todos os países, com a presença de grande público e audiência nas transmissões televisivas.
A salsa movimenta a economia de Porto Rico através do “World Salsa Open”, que possui etapas eliminatórias em vários países, inclusive no Brasil.
A Argentina, que batalhou para o tango obter o status de Patrimônio Imaterial da Humanidade, tem nesse ritmo um dos pilares de sustentação de sua economia.
No Brasil, o Baila Floripa, organizado pela Associação Catarinense de Dança de Salão, com o apoio do Governo de Santa Catarina, reúne todo ano milhares de simpatizantes da dança a dois, para workshops, mostras e competições.
São Paulo não fica atrás, realizando, também com o apoio do Governo do Estado, um Congresso Mundial de salsa, zouk (lambada), tango e samba, com a presença de dezenas de professores estrangeiros e público em torno de 10 mil pessoas.
Outros eventos, no Nordeste e Centro-Oeste (DF) também estão em fase de crescimento, sempre com o apoio dos governos locais.
E o Rio de Janeiro, berço da nossa dança de salão, com destaque para o samba de gafieira e a lambada carioca, está perdendo essa grande oportunidade de tornar os eventos de dança de salão mais um ponto enriquecedor de nosso turismo.
A SDS-RJ, em médio prazo, resgatará para o Estado do Rio de Janeiro seu status de Capital Cultural do país, sendo  referência nacional em danças sociais, o que fomentará o turismo em nosso Estado.

PÚBLICO ALVO
O público alvo da SDS-RJ é o cidadão de modo geral, assim distribuído:
Expectadores: a SDS-RJ pretende a formação de platéia para mostras, festivais e competições de dança de salão, dentre outras possibilidades.
Praticantes: a SDS-RJ pretende o aumento do número de praticantes de dança de salão, em todas as faixas etárias e sociais.
Empreendedores: a SDS-RJ pretende sensibilizar os empreendedores para as potencialidades da dança de salão no setor de turismo e de entretenimento.
Patrocinadores Culturais: a SDS-RJ pretende demonstrar, através de seu Programa, a importância da dança de salão como Patrimônio Imaterial da Cultura, dando oportunidade às companhias de dança de salão, organizadores de espetáculos musicais, de Congressos e demais atividades correlatas, de terem acesso a patrocínios e incentivos culturais.
Formadores de opinião: a SDS-RJ pretende chamar a atenção dos grandes órgãos formadores de opinião (TV, rádio, revistas, jornais e imprensa especializada), potencializando a visibilidade da dança de salão junto ao grande público.
Profissionais da dança: a SDS-RJ pretende incentivar o aprimoramento do conhecimento e da técnica daqueles que atuam profissionalmente na área, aumentando sua capacitação.
Profissionais de outras áreas: a SDS-RJ, ao divulgar as várias possibilidades de uso da dança de salão, pretende interessar os agentes atuantes nas áreas cultural, social e de saúde.

REGIÕES ABRANGIDAS PELO PROGRAMA
A SDS-RJ, de forma a atingir todo o Estado do Rio de Janeiro, o mais abrangentemente possível, englobará atividades nas sete macrorregiões do Estado.  Em cada uma, será escolhido um município-sede onde se concentrarão as atividades ligadas à SDS-RJ, sendo este o que reunir melhores condições e espaços para a realização dos eventos.
Como proposta inicial, a ser avaliada pela comissão de organização da SDS-RJ, conforme orçamento / patrocínio / apoio / conjuntura sócio-econômica, avaliada a cada ano para sua realização, temos:
REGIÃO SERRANA.  Município-sede sugerido: Petrópolis.  Local sugerido: Sesc-Quintandinha, que ocupa a parte social do antigo hotel-cassino de mesmo nome, com amplos espaços para eventos.
SUL FLUMINENSE. Município-sede sugerido: Resende.  Local sugerido: teatro e instalações da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras).
NORTE FLUMINENSE. Município-sede sugerido: Campos.  Local sugerido: Centro Cultural Trianon.
REGIÃO DOS LAGOS. Município-sede sugerido: Cabo Frio. Local sugerido: a definir, mas a cidade possui infraestrutura para eventos, já abrigando um Festival Internacional de Dança (com foco maior no ballet clássico).
BAIXADA LITORÂNEA.  Município-sede sugerido: Niterói. Local sugerido: Teatro Municipal.
BAIXADA FLUMINENSE.  Município-sede sugerido: Nova Iguaçu.  Local sugerido: Sesc-Nova Iguaçu.
METROPOLITANA. Município-sede sugerido: Rio de Janeiro. Local sugerido: a ser avaliado pela comissão organizadora, tendo em vista a variedade de espaços públicos disponíveis, como os teatros da rede municipal e estadual, o Centro Coreográfico, Lonas Culturais, o Centro de Tradições Nordestinas em São Cristóvão, Arcos da Lapa, Largo da Carioca, Largo do Machado, Lagoa, além dos espaços públicos nas zonas norte e oeste.
COORDENAÇÃO E PLANEJAMENTO
A coordenação e o planejamento da SDS-RJ ficarão a cargo da Secretaria Estadual de Cultura, que formará uma comissão para esse fim, composta por membros indicados pelo Sindicato e pelas Associações representativas dos profissionais de dança de salão.
À Comissão competirá, dentre outras atribuições:
  • Elaborar, organizar e coordenar a execução do Programa, com o detalhamento das atividades e escolha dos locais para a realização dos eventos, podendo firmar parcerias com prefeituras e iniciativa privada, criar grupos específicos de trabalho e nomear coordenadores das atividades em cada macrorregião.
  • Estabelecer critérios e selecionar os projetos apresentados pelos profissionais de dança para serem incluídos na SDS-RJ, verificando sua viabilidade e a capacitação dos profissionais envolvidos.
  • Coordenar os esforços para a captação de outros recursos privados ou públicos necessários ao patrocínio e financiamento do Programa da SDS-RJ.
  • Incumbir-se dos atos de promoção e divulgação da SDS-RJ, como anúncios, impressos, banners, cartazes, convites e programas.
  • Administrar o orçamento geral do programa, apresentando relatório final com prestação de contas.
5.1.        As verbas disponibilizadas para sua realização no Orçamento do Estado, terão o mínimo estipulado de  R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), corrigidos anualmente.
5.2.        Além da verba disponibilizada no Orçamento, a comissão organizadora da SDS-RJ deverá buscar apoios e parcerias que possibilitem a cobertura das despesas totais do evento.

Rio de Janeiro, 05 de Abril de 2010.

Assinam:
Sind. dos Profissionais de Dança/RJ 
APDS/RJ
ANDANÇAS

Anexos
  • Programa da SDS-RJ/2009 divulgado na edição de novembro do Jornal Falando de Dança (publicação cultural direcionada para o público de dança de salão).  Ed. 25 – página 14.
  • Fotos de alguns eventos da grade da SDS-2009.

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